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sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Vamos tentar PENSAR no futuro?

Será que o Ensino Superior consegue cair na REAL?

Não há dinheiro para sustentar esta REDE de ensino Superior, com esta oferta formativa, com a QUALIDADE que o País necessita!

Se repararmos bem nas notícias que vão surgindo fica a questão:  

Vamos debater o assunto quando?

Erro nas contas das Universidades :"o ministro garantiu que estes cortes só podiam ter sido feitos por engano"Os números correctos estão, agora, a ser enviados pelas universidades para o secretário de Estado do Ensino Superior, que os fará chegar às Finanças. Mas, para corrigir o documento, será preciso que o PS apresente no Parlamento uma proposta de alteração ao OE.

Será que o parlamento vai aprovar a proposta?

O Presidente do Politécnico de Tomar quer mais doutorados"“Melhor qualificação equivale a prestação de melhor serviço, na docência, na investigação e nos serviços à comunidade. Mais cedo ou mais tarde vai ser feita uma reorganização da rede de ensino superior e vai sobreviver quem for melhor. Será melhor quem tiver mais qualificação”.

Não é mais tarde ou mais cedo, devia ser já!

O reitor da Universidade do Minho espera que as restrições orçamentais anunciadas pelo Governo não ponham em causa o investimento no Ensino Superior e, concretamente, o “contrato de confiança” assinado com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES) com vista ao financiamento do aumento da oferta formativa nos próximos quatro anos.

Não há dinheiro, o mundo mudou, já vamos no PEC4!

Ensino superior: Politécnicos lançam anuário da evolução financeira do sector: "As instituições estão a ser financiadas a níveis de 2005”, disse à agência Lusa o presidente do CCISP, Sobrinho Teixeira, concretizando que no período analisado 'o número de alunos aumentou 9,5 por cento e as transferências do Orçamento do Estado sofreram uma redução de 3,5 por cento"

E há cada vez menos dinheiro!

Os institutos politécnicos estão a criar uma plataforma de ensino à distância que, no próximo lectivo, já terá alguns cursos a funcionar. Em preparação está também uma rede de centros de investigação aplicada, com uma forte aposta na agricultura e gerontologia.

Cada centro é um enorme encargo, a rede de centros que já temos é mais do que suficiente
.
Ensino Superior: Mais de 110 cursos em risco de fechar "De momento, existem 112 cursos em risco de fechar, pois continuam sem atingir o mínimo de 20 alunos colocados após a terceira fase de acesso ao ensino superior"

Pois....!

A Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior aprovou 130 dos 325 novos ciclos de estudos propostos pelas universidades e politécnicos para este ano lectivo, revelou esta terça-feira o ministro Mariano Gago....O ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior adiantou ainda que 800 ciclos de estudos já não abriram este ano, por iniciativa das instituições, que decidiram não os submeter à avaliação e acreditação.

Pois, está desregulada a oferta e há casos de falta de qualidade da mesma!

Quando iniciamos este debate, A SÉRIO!??

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

A rede de Ensino Superior e a Oferta Formativa

Quando falei, ou falo, privadamente, na prioridade que deve ser a reestruturação da rede de Ensino Superior em Portugal recebo, por vezes, o comentário: "falar é fácil".


Não concordo, é muito, mas muito, mais fácil não falar; se não se falar está-se sempre na situação, confortável, de poder dizer que "não se faz nada" , indefinido!

Eu acho que TEM que se fazer, e penso que quem tem que liderar esse debate são as Instituições de Ensino Superior.


Concordo com o Reitor da Universidade de Lisboa : o debate sobre a reestruturação da rede deve iniciar-se o quanto antes.

Mas não é fácil, e devem ser consideradas várias questões:

A rede de Ensino Superior

Para pensar na reestruturação da rede, e da oferta formativa, é necessário ter presente algumas opções tomadas anteriormente e que hoje são uma realidade:

a) Portugal tomou a opção de criar dois subsistemas de Ensino Superior, o Politécnico com um ensino que se pretendia mais "profissionalizante" e o Universitário com um ensino mais "científico".

b)Portugal tomou a opção de que o Ensino Politécnico passasse a conferir não o grau de bacharel mas também o grau de licenciado.

c)Portugal tomou a opção de descentralizar o ensino superior e torná-lo, ou utilizá-lo, como motor de desenvolvimento regional.

d) Portugal tomou a opção de autorizar a criação de várias Instituições de Ensino Superior privadas.

e) Portugal tomou a opção, até meados dos anos oitenta comum a vários outros países, de indexar o financiamento das IES, maioritariamente, ao número de alunos.

f) Portugal começou, gradualmente, a modificar este modelo de financiamento substituindo-o pela introdução de uma "suposta" fórmula que prevê, para além do financiamento público, a necessidade de partilha de custos. Aumentaram-se as propinas.

g) Este ano, o governo tomou a opção de assinar um contrato de confiança, válido até final da legislatura, que acabou com qualquer fórmula que, eventualmente, ainda existisse.

h)Portugal tomou a opção de criar, junto das Universidades, ou dentro delas, centros de investigação que são, na sua maioria, constituídos por um conjunto de docentes cujos vencimentos são pagos, na íntegra, pelas Instituições de Ensino Superior a que pertencem.

i)O actual governo tomou a opção, até à assinatura do contrato de confiança, e para aumentar o crescimento na Investigação Científica produzida, que conseguiu, asfixiar as IES no orçamento transferido, aumentando o orçamento transferido para a Investigação.

j) Portugal tomou a opção de adoptar o sistema 3+2 (adequação a Bolonha) conferindo os graus de Licenciados e Mestre e permitir que estes graus fossem atribuídos pelos dois subsistemas.

l)Portugal tomou a opção de adicionar ao vencimento dos docentes uma % que é chamada "dedicação exclusiva" que é, hoje, um direito do docente.


Estas Opções estão tomadas e são uma realidade!

A que nos conduziram?

Uma rede dispersa, com Instituições a mais, ou pelo menos com alunos a menos, que só sobrevivem porque existem numeri clausi, com cursos que funcionam com um número mínimo de 20 alunos (é um erro económico e pedagógico) com diminutas capacidades de ajustes na oferta formativa, porque não há possibilidade de ajustes no corpo docente, e muitas com dificuldades orçamentais enormes.

O que já foi feito?


1)Foi criada a Agencia de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior A3ES a qual avalia os cursos e o seu corpo docente e dará o "alvará" para funcionamento, ou não, dos mesmos.
É uma óptima e necessária medida!

Teoricamente, e espero bem que na prática também, só funcionarão os cursos que tenham realmente QUALIDADE.

2)Foram revistos os estatutos das carreiras docentes Universitária e Politécnica

Foi introduzida a necessidade de regulamentos que permitam avaliar o desempenho do corpo docente. Esta avaliação condicionará a passagem para a contratação por tempo indeterminado, a renovação dos contratos a termo certo, a alteração do posicionamento remuneratório e, se negativa durante seis anos, aplicar-se-á a lei geral!

Por outro lado prevê o estatuto, em 4 anos, o corpo docente deve atinjir 50 a 70% de professores associados e catedráticos, como garantia da qualidade do corpo mesmo. O regulamento concursal deve ser previamente aprovado.

3- Foi aprovado o novo RJIES e, entre outras medidas, a sociedade civil passou a estar presente no C. Geral em cada IES.

Tudo isto, porém, não resolve a situação grave!
Portugal não tem dinheiro, e esta crise ainda agrava mais a situação, para manter a rede de Ensino Superior que possui, com a actual oferta formativa, convenientemente financiada!

Se não for NADA feito a qualidade acabará por ficar comprometida, inevitavelmente!

Não me parece que seja possível caminhar, à velocidade a que necessitamos, para uma reestruturação da rede e da oferta formativa, sem que nos empenhemos TODOS fortemente.

E porque acho que devemos caminhar depressa:

1) Porque estamos a formar poucos, e nem sempre nas melhores condições, por falta de financiamento;

2) Porque uma parte substancial das IES recebem, do estado, pouco mais que o necessário, e nem sempre o necessário, para pagar salários;

3) Porque cursos com 20 alunos não serão, nunca, economicamente viáveis e dificilmente contribuem para uma boa formação, mas, se não os abrirmos, teremos excesso de docentes em algumas áreas;
4) Porque Portugal atravessa uma crise económica ENORME e esta rede não é, financeira e economicamente, sustentável!
5) Porque não fazer NADA compromete as gerações futuras, inevitavelmente, e não podemos consentir nisso!
E estamos nesta situação!
E temos que sair dela, doa a quem doer, porque o País necessita de licenciados e de licenciados com qualidade e de mais licenciados e de requalificar os antigos licenciados e de qualificar os não licenciados e temos que fazer tudo isto porque estamos obrigados, perante o País, a resolver a questão porque somos, teoricamente, os mais qualificados para o fazer!

E estamos nesta situação, e isto é MUITO MUITO MAU!

Convém debater o assunto!
Deixo em aberto algumas questões:
1- Devemos manter dois subsistemas?
2- Devemos fundir Instituições e começar por regular a oferta formativa, regional primeiro, e depois nacional?

3- Devemos ou não assumir que uma "fórmula de financiamento", ou um financiamento "equitativo", não se adequa a um País em que o interior e o litoral têm crescimento tão distintos, ou devemos simplesmente deixar as IES do interior, ou as mais pequenas, definhar continuando a formar, com dificuldades, inultrapassáveis, as gerações futuras?
4- Devemos, ou não, pedir ao CRUP e o CSISP que se sentem à mesma mesa e abram um debate sobre o assunto pensando, não nas IES que representam, mas nas necessidades reais do País?

5- Devemos ou não abordar a questão do financiamento da investigação em conjunto com o financiamento do ensino superior?

6- Devemos ou não exigir às Universidades e aos Institutos Politécnicos que elaborem planos para a formação de activos licenciados e não licenciados de forma organizada e em conjunto, nas áreas realmente necessárias aos País?


Não tenho qualquer certeza, ou qualquer fórmula mágica, mas tenho uma certeza:

ISTO É NECESSÁRIO E URGENTE!

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Reitores não obedecem a regras de Teixeira dos Santos

O semanário SOL no dia 18 na edição on-line traz um artigo com o título: Reitores não obedecem a regras de Teixeira dos Santos.

Esta notícia é, no mínimo, estranha visto que a proposta de orçamento, ou pelo menos o publicado sobre a proposta de orçamento refere explicitamente que as Universidades e Institutos Politécnicos não podem, durante o próximo ano, contratar não docentes e não investigadores.... a contratação, excepcional, de docentes e investigadores "carece de autorização do Reitor, ou do Presidente do IP..."

Pode-se questionar tudo, não se podem dar notícias "incorrectas".

Estou certa, aliás, que não haverá contratações não justificadas.
O cuidado nas contratações a fazer, no caso de docentes e investigadores, é, obviamente, da responsabilidade do Reitor.

O que é para mim totalmente inexplicável é a razão pela qual alguém acha que os Reitores, ou Presidentes dos IP, iriam, por qualquer razão, desobedecer a uma decisão governamental, apenas por pura desobediência.
Não existe isso nem nas Universidades nem nos I. Politécnicos!

terça-feira, 5 de outubro de 2010

E agora? Como vai ser 2010/2011?

Na abertura do ano lectivo na Universidade da Madeira o 1º ministro e o ministro da Ciência Tecnologia e Ensino Superior assinaram, com as instituições de ensino superior, um novo contrato de confiança, este mais especifico visto que o texto contém os contratos específicos de cada IES, bem como, no final uma súmula geral.

Parece que está em causa, basicamente, formar mais gente!

Tudo o que se passou nas ultimas semanas, contudo, parece indicar que, para 2010/2011, o orçamento não será o mesmo, ou será?

Não sabemos, o PEC III foi decidido depois disto mas, obviamente, que o 1º Ministro já devia saber o que se passava logo, será que assinou o contrato de boa-fé e vai garantir o financiamento?

Não sabemos, porque também achávamos, no PECI, que tudo estava certo e no PECII também logo, só temos uma certeza depois de aprovado, o orçamento, saberemos....

É curioso, no entanto, a insistência no "não financiamento de cursos com menos de 20 alunos", segundo a interpretação do Ministro da CTES esses cursos devem ser fechados.
Neste momento está comprometido o financiamento de cerca de 100 cursos, mas, obviamente, não os ordenados dos professores de cada Instituição, com cursos nestas condições.

Se juntarmos a isto que todos os ordenados baixam, veremos qual a % de redução orçamental que irá ocorrer em 2010/2011.

Veremos se o ECDU, quando diz que as Universidades têm que ter cerca de 50 a 70% de professores associados e catedráticos, poderá ser cumprido.

Veremos se os objectivos específicos do contrato assinado em Setembro, nomeadamente:

-Formar mais 67 mil diplomados no próximo quadriénio, para além dos actuais 40 mil, dos quais:

35% em Ciência e Tecnologias e Engenharias

20% em Medicina, Ciências e Tecnologias da Saúde e da Vida

-Aumentar o numero de vagas em Medicina de 1661 em 2010 para 1900 em 2014;

-Diplomar cerca de 25000 em 2º ciclo (40%) e mais 30% em pós-graduações;

-Aumentar os diplomados de 1º ciclo em pós-laboral;

-Aumentar em 15% os diplomados em ensino à distância;

Mais 3500 novos doutorados para além dos níveis actuais de 1500.

poderá ser cumprido....


Espera-se que, para tudo isto, se mantenha o financiamento porque, de outra forma, como se poderá não comprometer a qualidade?
Tudo isto são pessoas, não números, tudo isto, é o futuro do país...que já agora...está muito negro!

A questão que REALMENTE se põe é:

Tem Portugal dinheiro para manter a rede de ensino superior, com a qualidade que necessitamos para garantir que produzimos os MELHORES licenciados do mundo?

A reestruturação da rede e da oferta formativa é, neste momento, o mais necessário, o mais URGENTE!

Fingir que acreditamos que se podem abrir concursos, que o financiamento se vai manter, ou contarmos o número de vagas que preenchemos, é NADA! comparado com o futuro dos licenciados e da qualidade de ensino que, temos obrigação, queremos atingir!

Seria desejável que alguém olhasse para o futuro do Ensino Superior em Portugal com coragem e determinação e com a certeza que é AQUI que formamos aqueles que, em princípio, nos conseguirão retirar do "desastre" em que nos encontramos.