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quarta-feira, 30 de junho de 2010

O contrato de confiança

Em Janeiro passado o Governo assinou, com o CRUP e com o CCISP, um contrato de confiança genérico, amplamente divulgado, que comporta, essencialmente, as linhas gerais para o desenvolvimento do Ensino Superior em Portugal nos próximos anos


Destacam-se vários pontos interessantes neste contrato:

O governo pretende:

1-criar uma estabilidade de financiamento, durante o tempo de vigência do contrato, que permita às Instituições, conceber políticas de médio prazo, embora se ressalve: "...No que respeita aos anos seguintes da presente legislatura, as dotações do OE para o Ensino Superior serão, naturalmente sob reserva das condições financeiras do País, no mínimo idênticas aos valores agora estabelecidos para 2010, afirmando-se o objectivo de promover a convergência a médio prazo dos recursos globais à disposição do Ensino Superior português com valores de referência à escala europeia"

De referir que ainda não se tinham passado os tais "15 dias em que o mundo mudou"!

Refere ainda que:"... o programa de governo quantifica essa expansão:1) triplicar o número de estudantes em CET e, 2) multiplicar por quatro o número de estudantes inscritos em cursos de ensino superior a distância.

Importa ainda lançar uma acção de grande envergadura dirigida aos licenciados activos, empregados ou desempregados..."


Por seu lado, as instituições de ensino superior acordam:

1- "...O Ensino Superior e o Governo comprometem-se a criar desde já as condições de atracção e de acolhimento de licenciados para a sua formação em mestrados de índole profissional especialmente concebidos para esse fim, abrindo oportunidades para mais 30 mil novos estudantes em quatro anos, e querem suscitar a participação de empregadores no desenvolvimento deste programa.

2 -As Universidades e os Institutos Politécnicos assumem a responsabilidade colectiva de prosseguir o esforço de reforma interna já encetado e de proceder, em parceria com o Governo, à rápida reestruturação da rede e da oferta formativa à escala nacional e regional de forma a promover a qualidade e a tornar ainda mais eficiente o uso dos recursos públicos postos à sua disposição.

3 -As Instituições de Ensino Superior entendem ainda assumir o compromisso de promover o sucesso escolar e a melhor integração dos estudantes, e de, em parceria com outras entidades, apoiar e estimular a prática da responsabilidade social dos estudantes na sociedade, através da promoção do voluntariado e da intervenção social e cultural, da formação para o empreendedorismo, e da participação de docentes e alunos em acções que visem o aumento de qualificações na sociedade portuguesa...."

Passada a euforia inicial ocorreram os tais "15 dias em que o mundo mudou"!

E em 20 de Maio:

Lisboa - O governo português aprovou, nesta quinta-feira (20/05/2010), novas medidas de austeridades que atingem directamente o funcionalismo público.


Nomeadamente:

As universidades e os institutos públicos passam a ter de cativar 20% das suas receitas próprias, que arrecadem a titulo de taxas, multas e outras penalidades.

Onde pára o Contrato de Confiança?