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domingo, 28 de outubro de 2012

A Falta de Confiança

A Falta de Confiança

Os cortes nos orçamentos dos organismos sob tutela do estado têm sido gerais.
O País vive uma crise profunda, é imprescindível  assegurar uma gestão o mais cautelosa possível e o mais ponderada! O planeamento e a estratégia que cada responsável define, para a Instituição que gere, tem que ser reflectidamente delineada .
Isto é evidente!
Não se pode admitir que, em situações tão difíceis como as que se vivem neste momento, seja o governo a criar instabilidade acrescida, seja o governo a impedir uma boa gestão.
Não é possível criar, em todos os sectores da sociedade, esta total incapacidade de planear por haver sempre uma "mudança desconhecida que espera por si!"

Estes considerando são válidos quer para os organismos do Estado quer para os Privados.

Temos que ser ainda mais rigorosos em tempos de crise! Temos que planear, com antecedência, para cenários diferentes que tentamos prever com a máxima exactidão!
É dificil entender que seja o governo que impede este esforço!

Neste momento, vem isto a propósito do novo (!?) (ou do desconhecido) corte feito no orçamento das Universidades e Politécnicos!

É intolerável:

  • Tornar insustentável o normal funcionamento das Instituições;

  • A falta de diálogo;

  • Que o ministério, segundo notícia do público, tenha sido apanhado de surpresa

  • Que se tenha alterado o que foi acordado;


Principalmente, como poderemos ter confiança, seja no que for?
Como se pode ensinar planear e gerir sem que se saiba qual a realidade que nos espera?

No gráfico abaixo, comunicado do CRUP de 24 de Outubro, podemos realizar a dimensão dos cortes, o definido em Julho e os que se lhe seguiram sem qualquer “pré-aviso”.





Desde 2005 que o orçamento desce SEMPRE, tirando o ano de assinatura do contrato de confiança 2010 (mas mesmo esse foi sujeito a inúmeros cortes).

Poder-se-á questionar, como têm sobrevivido as Instituições de Ensino Superior Portuguesas?
A resposta é fácil, à custa do aumento de receitas próprias!
Têm feito o seu trabalho, têm -se modernizado, têm conseguido novas fromas de financiamento, têm aumentado a sua ligação às empresas, mas há limites e, principalmente, há limites à falta de CONFIANÇA! Há limites aos entraves colocados a uma gestão equilibrada e planificada.
Esse é neste momento o maior problema!
Nas jornadas parlamentares conjuntas PSD/CDS com o governo, Nuno Crato disse que terá que haver fusões, consórcios, extinções, enfim, referiu que é urgente repensar a REDE!

Claro que é, mas este é um debate que, ao fim de um ano, já devia estar iniciado! Este é um problema que parece evidente, há muito tempo.

  • É necessário repensar a rede;
  • É necessário repensar a oferta;
  • É necessário repensar o financiamento;
  • É necessário repensar o enquadramento jurídico disto tudo;
  • É necessário saber como minorar o impacto social que esta política trará;

Mas, se nada for feito, e continuarmos como até agora, o sistema colapsa!

A questão é:
  • Em que ponto deste debate estamos?
  • O que tem feito o governo?
  • Que diálogos já iniciou?
  • Que estudos já fez?
  • Como pretende abordar esta questão?

Não sabemos NADA! Para variar…!

Mas é, não só a nossa vida (docentes, não docentes e estudantes) que está em jogo, como é também a sobrevivência das populações que vivem em cidades em que existem Instituições de Ensino Superior, é também a mudança radical da vida nessas localidades e, principalmente, é a vida das gerações FUTURAS.

É um problema que afecta populações autarquias e o País no seu todo!
E estamos sem ter uma leve ideia do que se pensa fazer….